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Guerras Gálicas [1:12]

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O rio Saône, que atravessa os territórios dos heduos e dos sequanos, até desaguar no Ródano, flui com notável tranquilidade, o que torna difícil determinar a direção de sua corrente apenas com o olhar. 


Os helvécios cruzavam o rio com jangadas e barcaças. Quando César foi informado por exploradores de que três quartos das forças deles já haviam atravessado o rio, enquanto o quarto restante estava do lado de cá do Saône, partiu com três legiões, na terceira vigília,* e chegou ao ponto em que eles ainda não haviam cruzado o rio.



Vista do Saône, em gravura de Pierre-Laurent Auvray sobre desenho de Jean-Baptiste Lallemand, publicada em 1786. (https://commons.wikimedia.org/).

 


Atacando-os de surpresa e pegando-os desprevenidos, César infligiu pesadas perdas à maior parte deles, enquanto os sobreviventes fugiram e se esconderam nas florestas próximas. Esse povo era chamado tigurinos,** posto que a nação dos helvécios era dividida em quatro tribos. Na memória de nossos pais, foi este o grupo que, saindo de suas terras, matou o cônsul Lúcio Cássio e submeteu seu exército ao jugo (ver cap. 1:7).


Assim, por puro acaso ou desígnio dos deuses imortais, justamente a parte dos helvécios que infligira notável calamidade ao povo romano pagou o preço. Então, César não só vingou as ofensas públicas, mas também as particulares, já que, no mesmo combate em que os tigurinos mataram Cássio, também mataram o lugar-tenente dele, Lúcio Pisão,*** avô do genro de César.


___________

* Pouco antes da meia-noite. Os romanos dividiam a noite em quatro vigílias, de cerca de três horas cada uma.

** Povo que habitava o atual cantão de Zurique, na Suíça.

*** Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino foi morto em 107 a.C., quando servia ao lado do cônsul Lúcio Cássio Longino em sua campanha na Gália Cisalpina.

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